Lisboa e Oeiras ligadas por MetroBus dentro de 3 anos

04-07-2025

O investimento previsto até 2028 será superior a 90 milhões de euros. Assim, foi divulgado na apresentação do projeto, realizada nas instalações da Carris, em Miraflores, com a presença do ministro das infraestruturas e dos autarcas Carlos Moedas e Isaltino Morais.

O transporte elétrico rápido em via dedicada, também conhecido como BRT, vai ligar os concelhos de Lisboa e Oeiras e entrar em funcionamento dentro de 3 anos. O projeto assenta em tecnologia Bus Rapid Transit (BRT) incorporada em autocarros elétricos, permitindo reforçar duplamente as ligações nos eixos Alcântara- Algés e Benfica-Algés, sendo as novas ligações feitas em canal dedicado, num traçado de 21 quilómetros, com 29 paragens. Um investimento calculado em 93,5 milhões de euros, em que parte do financiamento, cerca de 58,6 milhões de euros, será realizado através do programa comunitário Sustentável 2030.

A apresentação oficial do projeto, contou nas instalações da Carris, em Miraflores, com a presença dos autarcas de Lisboa e Oeiras, Carlos Moedas e Isaltino Morais, respetivamente, o ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, além da presidente da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes, Ana Paula Vitorino, e responsáveis da Carris, Transportes Metropolitana de Lisboa.

De acordo com Isaltino Morais, este será “um meio de transporte fundamental para o município de Oeiras, naturalmente também para Lisboa e com implicações em toda a Área Metropolitana de Lisboa.”

O autarca adiantou que vai criar condições para uma mobilidade muito mais flexível, criando condições para serem tomadas medidas paralelas de afastamento do transporte individual, lembrando que se trata de um projeto que “já tinha sido tentado, mas que não tinha passado do papel e que agora não há nenhuma dificuldade em implementar, argumentando ainda que o traçado “está definido há muitos anos e que a primeira ideia remonta a um período antes do 25 de Abril, considerando que “só a intervenção do Governo é que pode viabilizar este tipo de projetos, por serem multimunicipais e abarcando territórios de diferentes municípios - “ e é assim que deve ser, porque as fronteiras não limitam a entrada das pessoas, dos carros e do transporte público”, concluiu.

Para o autarca, que se diz pronto a trabalhar com autarcas vizinhos para fazer avançar o projeto e contente com o avanço desta solução por ser bom para os cidadãos do Oeiras e da área de Lisboa, a exploração da linha poderá ficar a cargo da Carris, que opera o serviço público rodoviário em Lisboa.

Já Carlos Moedas considera que o projeto prova a união entre Lisboa e Oeiras no trabalho conjunto em prol das populações. O autarca de Lisboa adiantou que vão ser dadas condições para que 90 mil pessoas possam ter alternativa ao uso do carro próprio através de 16 autocarros totalmente elétricos, que vão circular num corredor único dedicado.

Para o governo este é projeto que o poder central deve apoiar, facilitar e interagir, nas palavras do ministro das Infraestruturas e Habitação.  Miguel Pinto Luz recordou que, desde 2021, há mais pessoas a usar a A5 e, por isso, tem de se atuar com outras medidas para maior utilização dos transportes públicos.

Numa zona do país em que a família se instalou desde  que o avô imigrou, vindo da terra natal de Argela no concelho de Caminha e onde Pinto Luz chegou a ser vice-presidente da câmara de Cascais, antes de ser ministro, o governante reforçou a ideia da necessidade de se atuar para mudar as cidades, centradas no ser humano e “o transporte público tem de estar resiliente, com mais qualidade e previsibilidade.”

Depois de realizados estudos prévios, definida a estratégia e a viabilidade económica, prevê-se que a avaliação de impacto ambiental e a contratação e execução do projeto seja realizada em 2026, a contratação da empreitada e início das obras em 2027, para que a operação tenha início em 2028.

De acordo com o estudo de procura, esta está estimada em 22 mil passageiros por dia, com 27% de novos utilizadores de transporte público. Uma viagem entre Algés e o Colégio Militar irá demorar 24 minutos, contra os 37 minutos atuais, enquanto entre Linda-a-Velha e Alcântara, passará dos 35 minutos atuais para 22 minutos.

Ainda de acordo com os estudos prévios, o projeto deverá evitar a entrada de 4.000 veículos por dia nas zonas onde circula e a emissão de 38,7 mil toneladas de CO2 ao longo de 30 anos.

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